P. Diddy começa a ser julgado por crimes sexuais e associação criminosa nos EUA

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Após meses desde que sua prisão foi decretada, o produtor musical e empresário Sean Combs, conhecido mundialmente como P. Diddy, começou a ser julgado nesta segunda-feira (5) em Manhattan, Nova York. Ele responde por uma série de acusações graves, incluindo crimes de natureza sexual, como estupro, tráfico sexual, incentivo à prostituição e associação criminosa.

O caso ganhou destaque na mídia internacional desde o momento em que sua prisão foi anunciada, chocando o público ao expor os detalhes sobre as chamadas “freak-offs” — festas organizadas por Combs e frequentadas por diversas celebridades. Essas festas, segundo os autos, envolviam práticas sexuais extremas e eram cuidadosamente orquestradas.

Nesta fase inicial do julgamento, está sendo feita a seleção do júri, processo que começou às 9h30 da manhã e pode se estender por até uma semana.

A Justiça norte-americana irá analisar acusações relacionadas à exploração sexual, incluindo sequestro, transporte de pessoas com fins sexuais, suborno e uso de violência. Combs está detido há meses e já foi acusado de abuso sexual por mais de 100 pessoas, entre homens e mulheres. Apesar da gravidade das denúncias, ele afirma ser inocente de todas elas.

O caso em detalhes

Sean Combs teve sua prisão decretada em setembro de 2024, no estado de Nova York, após o surgimento de denúncias que incluem tráfico sexual, formação de quadrilha e incentivo à prostituição. Além do processo criminal, ele também é alvo de diversas ações civis que o descrevem como um “predador sexual violento”, acusado de usar álcool e entorpecentes para controlar suas vítimas.

Segundo um documento de 14 páginas apresentado pelo Ministério Público, Combs liderava uma organização responsável pelas festas conhecidas como “freak-offs”, onde ocorriam orgias e gravações de atos sexuais envolvendo mulheres e garotos de programa. Essas gravações seriam usadas como forma de coação para evitar que os participantes denunciassem os crimes. As festas incluíam o uso de drogas, óleo corporal e soro intravenoso, tudo com o objetivo de prolongar os encontros sexuais.

As autoridades norte-americanas descreveram essas festas como “shows de horror”, com performances sexuais altamente encenadas. A promotora Emily A. Johnson afirmou recentemente: “Os freak-offs são o centro deste caso, e são inerentemente perigosos”.

Em uma das ações civis, movida por Cassandra Ventura — ex-namorada de Combs — é relatado que o empresário realizava essas festas em hotéis luxuosos. Segundo o relato, ele derramava grandes quantidades de óleo sobre si mesmo e a instruía sobre como interagir com os garotos de programa, enquanto filmava os encontros e se masturbava. Cassandra ainda afirmou que Combs tratava esses encontros como se fossem projetos artísticos, manipulando até mesmo a iluminação com velas para as gravações.

A defesa do artista argumenta que não houve uso de força, fraude ou coerção, e que os envolvidos estariam lá por vontade própria. “Nem todo mundo tem o mesmo tipo de experiência íntima”, declarou o advogado Marc Agnifilo, acrescentando: “Mas isso não caracteriza tráfico sexual se todos consentiram”.

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